Post do Ano Novo que na realidade já não é bem Novo, na verdade já está na sua adolescência conturbada
Em primeiro lugar, como podem ver um post de Ano Novo em finais de Fevereiro poderá parecer estranho. Para o comum dos mortais claro está, mas quando nos vemos face a um artista de tal visão como é o caso da minha pessoa, o quotidiano é que parece excêntrico. Pronto, eu tive preguiça de acabar isto antes. Seguindo em frente.
Ano Novo, vida nova dizem eles. Balelas digo eu. Até uma bodega duma torradeira tem dois anos de garantia e eu agora tenho que trocar de vida ano sim, ano sim? Era o que mais faltava, as vidas que eu já joguei fora, e até ainda funcionavam mais ou menos. Trocar de vida como um desempregado troca de carro não é para todos os bolsos. E aquilo que o ano que vem seja melhor do que o que passou, é puxadote. Desde que eu me lembro já me diziam isso e se resultasse a esta hora estaríamos numa utopia e o Cláudio Ramos há muito que estaria na sua campa.
Antes de irmos ao balanço do ano, parece-me necessário (nem que seja para aumentar o pobre do post) referir que algumas ideias foram colocadas à deliberação da minha pessoa de forma a tornar o meu blog mais apetecível, de entre os quais a colocação de imagens ditas humorísticas ou vídeos chalaceiros, tornando os posts escritos muito mais curtos. Supostamente isto chamaria a atenção de muito mais pessoas ao meu blog. Eu não pretendo quantidade mas sim qualidade, e se eu crio todos os meus posts com o amor e carinho que distribuiria a qualquer pessoa de quem eu gostasse muito (como por exemplo os senhores simpáticos que me assaltaram na estação dos autocarros) se eu os mutilasse e colocasse próteses preconcebidas de senhores idosos desdentados a sorrir ou brasileiras falsamente zangadas a dar uma falsa sova num senhor falsamente heterossexual, o meu blog tornar-se-ia apenas outro e parece-me que já existem suficientes. Fico agradecido, mas irei recusar tais ideias impuras, de forma graciosa.
Ora então vamos às notícias que eram recentes na altura em que eu delineei este sujeito de proporções já avultadas. Aparentemente um senhor íntegro que vivia com a senhora íntegra Elsa Raposo pela altura do fim do ano (desde essa altura, a senhora Elsa já abandonou este cavalheiro e já conviveu com mais uns…vamos lá, contas redondas, quarenta e cinco que a senhora também não pode ter uma vida amorosa muito atribulada que lhe faz mal) teve a feliz ideia de gravar o acto sexual entre ele e a nossa já conhecida e imaculada Elsa. Este jovem foi depois mostrar a dita gravação a uma amiga sua, jornalista de profissão, talvez para lhe explicar uma posição nova. Ora visto que a senhora jornalista, é, de facto, jornalista, parece-me normal que se tenha tornado notícia. O cavalheiro discordou. A cassete estava à venda por uma quantia razoável de tostões por aí, mas por esta altura já se deve encontrar a 5 euros numa qualquer barraca da Praça de Espanha.
Outro facto curioso é que no Funchal as comemorações tiveram direito a fogo de artifício, algo que me parece usual na passagem de ano. Ele há que cometer assim uma loucurazita de vez em quando. Porém, entrar para o livro dos recordes do Guiness como, e passo a citar, "maior espectáculo pirotécnico do mundo" já é abusar um bocado, mas pronto se calhar até tinham dinheiro para isso. Ponderei sobre isso e cheguei a esta conclusão: ora, o Funchal é na Madeira. E o representante da Madeira, assim o que reclama mais é o senhor Alberto João Jardim. A principal causa dos resmungos do jovem Alberto ao nosso Estado é que nunca há dinheiro para a Madeira. A mim parece-me que os foguetes ainda não são de graça, por isso em vez de, e passo a citar novamente, criar “uma elipse de fogo-de-artifício de 6 quilómetros de extensão e 2,7 quilómetros de largura em torno da cidade do Funchal” porque um número passou de um 6 para um 7, porque é que não guardou o dinheiro para uma coisa mais duradoura? Assim também poupava nas pastilhas para a garganta, que não tinha o que refilar, e poupava os ouvidos a muita gente que tem que o ouvir. Mas isso é só a minha opinião.
Numa nota à parte, os portugueses continuam a bater recordes a gastar dinheiro no Natal. Boa, Portugal! Crise é só para quem pode. Agora passar o Natal sem oferecer o belo do mp3 ao Albertinho que nem passou sequer a uma disciplina e que costuma bater nos professores, mas ao menos não engravidou mais nenhuma moçoila, é que não. Antes comer serradura, que até não é mau de todo e pedir outro empréstimo que 7 até são poucos.
Já que estamos numa de recordes de Ano Novo aqui vai mais um: então parece que o Benfica se tornou o clube com mais sócios a nível mundial. Caricato. Portugal tem cerca de 10 milhões de habitantes desde a última vez que vi. Não é lá muito grande, só Nova Iorque tem o mesmo número de habitantes. E não me parece que muitos estrangeiros sejam adeptos do Benfica. Então como diacho (palavra significante de diabo, por eufemismo) é que apareceu tanta gente a ser sócio dum clube neste buraco? E não se tem que pagar quotas para se ser sócio? O próximo indivíduo que me pedir dinheiro porque estamos mal de finanças eu vou-lhe partir a boca com uma pedra da calçada. Aparentemente mal de finanças estou eu, que não tenho dinheiro para oferecer foguetes em forma de cartão de sócio do Benfica a pessoas que só vejo um dia por ano.
Pronto, penso que chega de exageros. No entanto outros não pensaram assim. Aparentemente, foram enviadas cerca de 497 milhões de mensagens escritas (ou SMS, como preferirem) de Natal em Portugal. Eu já referi o número aproximado de habitantes do nosso pequeno país e, como podem ver não é bem igual ao número de mensagens enviadas. Não é metade disso também, também não é um terço. É apenas um pouco menos que um quarenta-e-nove-avos. O que quer dizer que o português médio recebeu praticamente 50 mensagens. Ora eu recebi 8, que já me pareceu bastante, enquanto que os meus progenitores não receberam nenhuma. Tirando a minoria que não possui um telefone portátil, parece-me que houve pessoas que receberam algumas centenas no seu aparelho. Não fazia ideia que se podia desejar Feliz Natal de tanta maneira diferente. Novamente a situação da crise, que aparentemente é só um esquema muito bem elaborado de psicologia inversa por parte do Ministério das Finanças, porque visto as ofertas de mensagens escritas gratuitas terem sido anuladas durante o período de Natal e Ano Novo, mesmo que todas as mensagens fossem a um cêntimo (que não foram) ainda foram cobrados uns cobres valentes, que até fariam falta se por acaso houvesse uma crise nacional.
Nem tudo é mau, no entanto, visto que o Governo tenta buscar uma opinião ao Homem comum, neste caso sobre o aborto (notícias frescas, já deste ano). Muita comoção foi criada em volta deste referendo, que bem vistas as coisas, nem foi nada de especial visto que se trata de reflectir se é necessário ponderar a alteração de uma lei que não é posta em prática.
Melhor que isso, só se essa coisa do aquecimento global acelerasse um bocado a ver se a minha terriola ganha uma praia que eu aborrece-me ir até ao Algarve.
Até à próxima (esperemos que com menos intervalo do que este post e o anterior),
Wrongroad